sexta-feira, 23 de maio de 2014

Controle Social Cultural

               Uma das formas de se manter o controle de uma sociedade é regularizar o que é correto de se falar ou não. Esse tipo de padronização afeta diretamente a cultura da sociedade atingida, uma vez que transparece estar errado aquele que não utiliza a linguagem padrão e correto aquele que segue ela a risca. Com isso, a determinação de palavras aceitas em uma linguagem é uma das formas mais clássicas de controle pela cultura.
                Uma reportagem apresentada no site do Jornal Zero Hora exemplifica esse tipo de controle social. O dicionário Norte-Americano Merrian-Webster, mais vendido nos EUA, incluiu mais de 150 novas palavras ao seu acervo. Entre essas novas palavras, várias se tratam de expressões nascidas com a evolução da tecnologia, como exemplos “selfie” e “hashtag”. Fica claro, com a aceitação dessas expressões como palavras oficiais do idioma americano, que a adequação a e maior utilização da tecnologia pela sociedade são almejadas pelos órgãos reguladores da linguagem no país. Ou seja, a oficialização desses termos deve despertar maior interesse da sociedade em produtos tecnológicos, pois os que não estiverem cientes dos significados se verão deslocados do padrão da sociedade, se sentirão frustrados e terão que se adequar ao padrão cultural estabelecido.
                Estabelecer uma cultura de linguagem de acordo com os interesses comerciais, a determinar como oficial e divulga-la como padrão para a sociedade, é uma grande forma de se obter controle. E, sendo a linguagem uma das principais formas de cultura, de meio de comunicação e transporte de informação, essa oficialização de termos de caráter tecnológicos caracteriza claramente um meio de controle através da cultura da sociedade.