Uma das formas de se manter o
controle de uma sociedade é regularizar o que é correto de se falar ou não.
Esse tipo de padronização afeta diretamente a cultura da sociedade atingida,
uma vez que transparece estar errado aquele que não utiliza a linguagem padrão
e correto aquele que segue ela a risca. Com isso, a determinação de palavras
aceitas em uma linguagem é uma das formas mais clássicas de controle pela
cultura.
Uma
reportagem apresentada no site do Jornal Zero Hora exemplifica esse tipo de
controle social. O dicionário Norte-Americano Merrian-Webster, mais vendido nos
EUA, incluiu mais de 150 novas palavras ao seu acervo. Entre essas novas
palavras, várias se tratam de expressões nascidas com a evolução da tecnologia,
como exemplos “selfie” e “hashtag”. Fica claro, com a aceitação dessas
expressões como palavras oficiais do idioma americano, que a adequação a e
maior utilização da tecnologia pela sociedade são almejadas pelos órgãos
reguladores da linguagem no país. Ou seja, a oficialização desses termos deve
despertar maior interesse da sociedade em produtos tecnológicos, pois os que
não estiverem cientes dos significados se verão deslocados do padrão da
sociedade, se sentirão frustrados e terão que se adequar ao padrão cultural
estabelecido.
Estabelecer
uma cultura de linguagem de acordo com os interesses comerciais, a determinar
como oficial e divulga-la como padrão para a sociedade, é uma grande forma de
se obter controle. E, sendo a linguagem uma das principais formas de cultura,
de meio de comunicação e transporte de informação, essa oficialização de termos
de caráter tecnológicos caracteriza claramente um meio de controle através da
cultura da sociedade.